Da Vinci, Pepper, InTouch Vici, Robear e Veebot: como estes e outros robôs estão revolucionando a medicina
A robótica na área da saúde não é uma promessa para o futuro; é uma realidade para o presente. Porém, o uso intenso da tecnologia na medicina — que não se resume à robótica, mas tem nela seu maior expoente — não representa uma ameaça aos médicos, e sim uma boa notícia para eles.
Mais de US$ 40 bilhões já foram investidos globalmente em startups voltadas à saúde de 2014 até o presente ano. No Brasil, os aportes feitos nessas empresas, no mesmo período, foram de US$ 430 milhões. Os dados são da Distrito Health Tech Report, uma plataforma de investimentos no setor.
Em clínicas e hospitais, onde a robótica e outras tecnologias de ponta são o alvo da maior parte desses recursos, a realidade para médicos e pacientes devido a ambas já mudou bastante. E vai mudar ainda mais: a robótica na área da saúde será a causa.
O uso de robôs será complementar à atividade dos médicos, que jamais será substituída. As máquinas, no entanto, irão agir sob as ordens dos profissionais da medicina; quem aprender antes a interagir com elas largará na frente na corrida pelas melhores posições no setor.
O Brasil já conta com centros hospitalares que fazem uso constante e completo de tal tecnologia. Na verdade, alguns dos estabelecimentos que são expoentes mundiais no emprego da robótica na área da saúde estão no país. E vários dos melhores médicos do mundo a usá-la são brasileiros.
Os muitos robôs já atuantes na medicina
Quando pensamos no emprego da robótica na área da saúde, não nos referimos apenas ao uso de máquinas com braços mecânicos, telas, câmeras e rodas que as movimentam (embora robôs assim sejam parte relevante do rol de equipamentos deste campo).
Estamos nos referindo, por exemplo, ao Da Vinci – um robô-cirurgião que consiste em uma série de braços mecânicos os quais, operados remotamente por médicos, podem realizar intervenções de alta complexidade no corpo de um paciente.
Da Vinci é o robô-cirurgião mais usado no mundo: 5 milhões de pessoas em todo o globo já passaram por cirurgias feitas por meio dele.
No Brasil, por exemplo, o Da Vinci está presente e é usado intensamente no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com grande êxito.
Conheça a seguir algumas outras novidades tecnológicas que, tal como no caso dos robôs-cirurgiões, já estão impactando fortemente a medicina – e o farão ainda mais:
- Robôs-recepcionistas – São máquinas com uma estrutura semelhante à humana (tronco, membros e cabeça – porém eletrônicos, naturalmente) que têm a vantagem de jamais ficarem cansadas, armazenarem milhares de dados e serem capazes de atuar de forma integrada a softwares médicos.
O robô-recepcionista mais comum atualmente é o Pepper, que tem 1,2 metro de altura e aparência similar à de um ser humano;
Robôs para consultas a distância – Estes são usados, principalmente, em UTIs dedicadas a doenças fortemente contagiosas, como a Covid-19. Permitem que pacientes nelas internados sejam visitados com mais frequência e menor risco de contaminação de médicos e enfermeiros.
Há vários robôs deste tipo já operando em hospitais de todo o planeta. Por exemplo, o InTouch Vici, o qual confere sinais vitais e fala com os pacientes;
- Robôs assistentes de clínicas, consultórios e hospitais – São máquinas capazes de realizar tarefas médicas com rapidez e segurança, tais como identificar doenças oftalmológicas, alertar pessoas diabéticas sobre a hora de tomarem insulina e até levantar pacientes nos braços e movê-los – caso do Robear, robô japonês que faz exatamente isso, poupando enfermeiros desta ação pesada e delicada;
- Robôs que fazem coleta de sangue – O Veebot é capaz disto. Esse robô usa análise de imagens e luz infravermelha para escolher a melhor veia visando tirar sangue. Como suas “mãos” nunca tremem, o Veebot é mais eficaz que trabalhadores humanos para tal tarefa.
Benefícios trazidos pelo uso da robótica na área da saúde
As vantagens que o emprego da robótica na área da saúde propicia são diversas. E só devem se ampliar daqui para a frente, conforme a tecnologia se aprimora.
Algumas das principais são:
- Precisão – Robôs não têm tremores nas mãos. Portanto, cirurgias feitas por médicos através de braços robóticos controlados por joysticks (que é como funciona, por exemplo, o Da Vinci) ficam mais precisas e seguras;
- Exatidão em dados – Robôs não têm falhas de memória. Eles guardam dados sobre os pacientes e nunca se “esquecem” dos mesmos. Esta é uma das grandes vantagens, por exemplo, dos robôs-recepcionistas;
- Telepresença – Através dos robôs instalados em diversos setores de um hospital, é possível comunicar-se a distância com um médico e discutir intervenções que sejam menos delicadas;
- Visualização – Câmeras de robôs-cirurgiões podem adentrar o corpo do paciente e de lá trazerem aos médicos informações relevantes, como em uma endoscopia.
A robótica na saúde, certamente, veio para aumentar, e não diminuir, a importância de médicos e enfermeiros. Atualizar-se, educacional e profissionalmente, permitirá a tais profissionais usarem de todos os recursos trazidos por esta nova realidade gerada pela tecnologia.