Telemedicina e telessaúde trazem as vantagens e desafios das interações à distância para a saúde
É fato que as interações à distância têm inúmeras vantagens. Porém, alguns desafios dessa modalidade ainda fazem com que muitas pessoas optem pelo tradicional presencial. Isso não é diferente na saúde, que embora tenha visto um aumento no número de consultas à distância por conta da pandemia de COVID-19, continua enfrentando alguns desafios para se consolidar de vez no mercado brasileiro.
Índice
O que é telemedicina e telessaúde?
Telemedicina e telessaúde são termos usados para definir atendimentos de saúde a partir de meios digitais. Veja a diferença entre esses dois conceitos.
Telemedicina
A telemedicina é definida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como o exercício da Medicina mediado por tecnologias, que permitem a prestação de serviços à distância através de plataformas digitais, aplicativos e dispositivos móveis.
Telessaúde
A telessaúde engloba todas as formas de serviços de saúde à distância — inclusive a própria telemedicina. Ela utiliza tecnologias de informação e comunicação para realizar tanto assistência quanto educação em saúde, mesmo com distâncias geográficas e/ou temporais.
Quais são as modalidades de telemedicina e telessaúde?
A telemedicina e telessaúde contam com diversas modalidades, que são:
- Teleconsulta: consulta médica realizada remotamente, onde médico e paciente interagem em tempo real;
- Teleinterconsulta: consulta especializada entre profissionais de saúde, permitindo troca de informações e pareceres sobre um caso clínico específico;
- Telediagnóstico: avaliação e diagnóstico de pacientes com base em dados e imagens médicas transmitidas eletronicamente para profissionais especializados;
- Telecirurgia: realização de procedimentos cirúrgicos assistidos por tecnologia remota, onde o cirurgião opera utilizando dispositivos controlados à distância;
- Teletriagem: triagem remota de pacientes para determinar a urgência do atendimento médico;
- Telemonitoramento: monitoramento contínuo de parâmetros de saúde à distância, permitindo o acompanhamento remoto de condições crônicas ou pós-operatórias;
- Teleorientação: orientação à distância para pacientes em cuidados crônicos ou pós-operatórios;
- Teleconsultoria: consultoria à distância entre profissionais de saúde para discussão de casos clínicos, estratégias de saúde pública ou educação continuada;
- Teleducação: educação à distância na área de saúde, oferecendo cursos, treinamentos e capacitações.
Quais são os benefícios dos atendimentos remotos?
A telemedicina e telessaúde traz diversos benefícios, tanto para os pacientes quanto para os médicos.
Para pacientes
Atendimentos remotos são convenientes e acessíveis, já que não é necessário ir ao consultório. Os maiores beneficiados são aqueles com mobilidade reduzida ou pacientes em áreas remotas. Além disso, existe menos tempo perdido e menos custos com transportes.
Para médicos
Já os médicos, aumentam sua produtividade por não precisarem se deslocar para os atendimentos em domicílio. Além disso, reduzem custos operacionais por não precisarem de um espaço físico. Outra vantagem é a expansão do alcance a pacientes que moram longe da sua clínica.
Tudo isso garante mais qualidade de vida ao médico, com um agendamento mais flexível e eficiente.
O que diz a legislação sobre a telemedicina e telessaúde?
A Resolução CFM nº 1.643/2002 foi a primeira regulamentação específica no Brasil, definindo conceitos, modalidades e requisitos para a prática da telemedicina. Depois, a Resolução CFM nº 2.227/2018 ampliou o escopo do conceito, incluindo teleconsultas, telediagnósticos, teletriagem médica, telecirurgias, entre outros.
Já a respeito da telessaúde, a Portaria nº 2.546/11 do Ministério da Saúde a define como o uso de tecnologias de informação e comunicação para realizar assistência e educação em saúde à distância.
Quais são os desafios da telemedicina e telessáude?
A telemedicina e telessaúde, embora muito úteis, também enfrentam alguns desafios. Os principais são:
Acesso à tecnologia
Nem todos têm acesso a dispositivos com internet, limitando o alcance das consultas remotas. Esse problema atinge principalmente áreas rurais e comunidades carentes.
Segurança de dados
A proteção de informações médicas sensíveis é outro ponto. O cumprimento de normas de segurança, como a LGPD, é importante para evitar vazamentos e uso indevido de dados.
Limitações para exames e procedimentos físicos
Alguns diagnósticos e procedimentos ainda são melhor executados em uma avaliação física presencial. Além disso, alguns só podem ser feitos presencialmente.
Falta de familiaridade com atendimentos remotos
Muitas vezes, por falta de familiaridade, muitos pacientes e até profissionais são resistentes à aplicação de consultas virtuais, dificultando a aceitação da modalidade.
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